terça-feira, 18 de junho de 2013

O que é Leucemia?


Leucemia é o câncer das células que dão origem às células do sangue. Geralmente, ela é definida como o câncer dos glóbulos brancos, mas pode atingir outras células também. A leucemia tem origem na medula óssea (tutano) e dali passa para o sangue. Do sangue, ela pode atingir gânglios linfáticos, baço, fígado, sistema nervoso central (cérebro e coluna vertebral), testículos e outros órgãos. Outras neoplasias infantis, como os neuroblastomas, linfomas e sarcomas, originam-se em outros órgãos e podem ter metástases para a medula, mas não são leucemias.


A medula óssea é o tecido que fica no interior dos ossos e onde todas as células do sangue (glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas) são produzidas. Nas crianças, a medula ativa é encontrada em praticamente todos os ossos, enquanto nos adolescentes ela é encontrada principalmente nos ossos planos ou chatos (crânio, omoplatas, costelas, esterno e pelve) e nas vértebras.
A medula é composta por células-tronco do sangue, células gordurosas e tecidos que ajudam no crescimento e amadurecimento das células sanguíneas. Quando as células-tronco do sangue (ou células hematopoiéticas) se dividem, elas dão origem a uma nova célula-tronco e a uma célula primitiva que pode estar comprometida com produção de células maduras e especializadas representadas por glóbulos brancos, hemácias e plaquetas. 

Dentre os glóbulos brancos destacam-se as células de origem linfóide, que produzem linfócitos e podem dar origem à leucemia linfocítica aguda (LLA). As células primitivas das linhagens eritrocitária ou plaquetária, ou os glóbulos brancos precursores de neutrófilos, podem produzir leucemias mielóides agudas, ou melhor dizendo, leucemias não linfocíticas agudas (LNLA).
Os glóbulos vermelhos levam o oxigênio dos pulmões para todos os outros tecidos do organismo. A escassez de glóbulos vermelhos (anemia) causa fraqueza, cansaço e problemas respiratórios.
Plaquetas são células que, na medula provêm de megacariócitos. As plaquetas participam dos mecanismos da coagulação. A escassez de plaquetas é chamada trombocitopenia e pode resultar em sangramentos excessivos e aparecimento de hematomas.
Os glóbulos brancos, também chamados de leucócitos, ajudam a defender o organismo contra vírus, bactérias e fungos e há vários tipos deles, cada um com um papel especial na defesa do organismo contra as infecções. Os três principais tipos são granulócitos, monócitos e linfócitos.
Linfócitos são as principais células do tecido linfático, o principal componente do sistema imunológico, composto por diferentes tipos de células que trabalham juntas para combater infecções e alguns tipos de câncer. Esse sistema também reage contra tecidos estranhos ao organismo, como órgãos transplantados, por exemplo. 

O tecido linfático é encontrado em várias partes do corpo, incluindo os gânglios (ou nódulos) linfáticos, timo, baço, amígdalas e adenóides, e medula óssea. Ele também aparece disperso em outros sistemas como o digestivo e o respiratório. Todos esses tecidos linfáticos se conectam, formando o chamado sistema linfático. Os linfócitos circulam por esse sistema e entram na corrente sanguínea.
Os linfócitos são as principais células do tecido linfático e são as células em que tem origem a leucemia linfocítica (ou linfóide).
Há dois tipos principais de linfócitos, os linfócitos B (ou células B) e os linfócitos T (ou células T). Embora ambos possam desenvolver leucemias, as leucemias de células B são bem mais comuns que as de células T.
Os linfócitos T e B normais têm diferentes funções no sistema imunológico. Os linfócitos B ajudam a proteger o organismo contra bactérias e vírus através da produção de anticorpos. Anticorpos se ligam a certos compostos químicos presentes na superfície de bactérias e vírus. Isso atrai outro tipo de glóbulos brancos, os granulócitos, que digerem o vírus ou bactéria. Anticorpos também atraem certas proteínas que destroem bactérias perfurando-as.
Os linfócitos T protegem o organismo contra substâncias estranhas (aquelas que não estão presentes no corpo). Eles migram em direção a células infectadas e as destroem. Os linfócitos T também liberam substâncias chamadas citocinas que atraem outros tipos de glóbulos brancos, como os macrófagos, que envolvem e digerem as células infectadas. Os linfócitos T também destroem alguns tipos de células cancerosas bem como células de órgãos transplantados - por isso os pacientes tomam drogas para evitar a rejeição.
Linfócitos T e B normais podem ser reconhecidos por testes de laboratório que identificam substâncias químicas presentes na superfície dessas células, algumas aparecem apenas nos linfócitos T e outras apenas nos B. Na verdade, existem vários tipos de linfócitos T, cada um com uma função especializada. Há também vários estágios de desenvolvimento e amadurecimento das células, que podem ser identificados por esses exames. Isso é importante porque, em determinado estágio, leucemias que têm origem nessas células tendem a parecem com um subtipo de linfócitos normais.
Gânglios linfáticos (ou nódulos linfáticos ou linfonodos) são órgãos nodulares presentes em todo o organismo e conectados por um sistema de vasos linfáticos. Esses vasos são como veias e artérias, mas, em vez de transportar sangue, transportam linfa, um fluido transparente que contém dejetos e drena o excesso de líquido dos tecidos, além de células do sistema imunológico.
Nódulos linfáticos aumentam e incham quando combatem uma infecção, principalmente nas crianças. Quando eles crescem por causa de infecção são chamados nódulos reativos ou hiperplásicos. Nas crianças, um gânglio aumentado não é incomum, mas às vezes pode ser sinal de leucemia.
O baço fica do lado esquerdo do corpo, na parte inferior das costelas e é a maior concentração de tecido linfático no organismo. O baço produz linfócitos e outras células do sistema imunológico para combater infecções, além de armazenar células sanguíneas saudáveis e remover células do sangue velhas, bactérias e restos de células. Se alguma doença impede que a medula óssea fabrique células do sangue, o baço pode assumir essa função.
O timo é uma glândula situada na frente do coração. Antes do nascimento, essa glândula desempenha um papel importante no desenvolvimento dos linfócitos T. Embora seu tamanho e importância para o sistema de defesa sejam maiores durante os primeiros meses de vida da criança, ela continua a funcionar por toda a vida.
Adenóides e amígdalas são aglomerados de tecido linfático situado atrás da garganta. São fáceis de ver quando inflamadas durante uma infecção ou quando se tornam cancerosas.
Granulócitos tem origem numa célula primitiva chamada mieloblasto que podem ter reprodução neoplásica que resulta na leucemia mielóide aguda. Granulócitos destroem microrganismo, como bactérias. O principal tipo de granulócito é chamado de neutrófilo ou leucócito polimorfonuclear. Os outros dois tipos são os basófilos e os eosinófilos. Eles se distinguem pelo tamanho e coloração de seus grânulos (pontos vistos nas células ao microscópio). Esses grânulos contêm substâncias químicas que ajudam a combater microrganismos invasores. Os granulócitos passam por várias alterações na medida em que amadurecem de mieloblastos a células que combatem infecções. Uma vez liberados na corrente sanguínea como células maduras, circulam por breves períodos de tempo (geralmente, poucas horas), de forma que precisam ser repostos constantemente.

Monócitos também protegem o organismo contra microrganismos. Depois de passar pela corrente sanguínea, eles entram nos tecidos e se tornam macrófagos, que podem destruir germes cercando-os e digerindo-os. Macrófagos também ajudam os linfócitos a reconhecer germes para que fabriquem anticorpos para combatê-los.

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