terça-feira, 25 de junho de 2013

Choro do bebê

Fome e cólica estão entre as principais causas do berreiro. Saiba como detectar e resolver esses e outros incômodos

Imagine passar nove meses em um lugar muito aconchegante onde nunca falta carinho e muito menos alimento e, de um dia para o outro, perder todas essas regalias. Não parece nada fácil e, embora todos tenhamos passado por isso, é impossível lembrar o que sentimos em nossos primeiros dias de vida. “O recém-nascido não tem condições de manifestar intencionalmente suas necessidades. Seu organismo permite comunicar que algo não está bem apenas por meio do choro”, afirma Tereza Hatae Mito, professora do curso de Psicologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo. Assim, para a maioria dos pais, é difícil entender quais os anseios do bebê em cada situação. Conversamos com especialistas para ajudar na árdua da tarefa de decifrar as principais necessidades expressas pelo pranto.




































Como agir
A primeira atitude frente a um bebê que chora é marcar presença por meio da voz e do toque, de acordo com a psicóloga do Mackenzie. “Muitas vezes, quando ele já reconhece a voz da mãe, basta sentir que ela está por perto para que se acalme, pois se sente desprotegido e angustiado quando dá conta de sua falta”, diz. Isso acontece porque, no início da vida, não se tem a noção clara do que é parte de si e do outro – o bebê ainda não se diferencia da mãe.

Dessa forma, ele precisa de muita atenção e do atendimento imediato de suas necessidades. “Mas conforme se desenvolve, ele vai aprendendo a tolerar esperas e frustrações”, afirma Tereza. Já com o pequeno no colo, a mãe deve verificar se suas necessidades básicas foram supridas: se dormiu o suficiente e se está bem alimentado, limpo e vestido de acordo com a temperatura ambiente. “Em geral, quando se trata de uma demanda rotineira, o choro cessa depois de o bebê ser acudido, mas, como há vezes em que o incômodo persiste, é importante também levantar hipóteses como dores ou algo que possa tê-lo assustado”, orienta Tereza.

A pediatra Wilma Hossaka sugere, ainda, que os pais observem se o filho está respirando normalmente e se a tonalidade da pele continua a mesma. À medida que os primeiros (longos) dias passam, essas verificações começam a ocorrer de forma mais automática, pois a mãe vai desenvolvendo a capacidade de decodificar os desejos do bebê. Aos poucos, ela percebe que a intensidade e duração do choro, a movimentação e a expressão do bebê mudam de acordo com aquilo que ele está “pedindo” e, assim, cria-se um canal de comunicação. “Mas esse tempo varia conforme a sensibilidade da mãe”, ressalta Tereza.
Transparência
Cada bebê tem uma maneira de demonstrar seus desejos, mas algumas manifestações são comuns à maioria deles, como as “caretas” de dor, por exemplo. “A expressão facial é muito reveladora e dificilmente um recém- nascido consegue “camuflar” seus sentimentos”, afirma a professora.

Atenção!
“Sempre que o choro é prol

ongado, não há fome e já foram realizados os ajustes para alívio das causas mais frequentes, deve-medir a temperatura da criança e verificar a presença de alterações na pele, nos membros e na cabeça, além de checar sinais de traumatismo”, recomenda Paulo Taufi Maluf Jr. É importante averiguar, também, se o choro acompanha sinais de infecção, tais como febre, vômitos, tosse e diarreia.

Lila de Oliveira

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