sexta-feira, 19 de julho de 2013

Médico que "curou" paralisia cerebral defende guardar células-tronco de filhos

Em 2009, um menino alemão, então com dois anos e meio, teve uma parada cardíaca que o deixou em estado vegetativo. Os pais decidiram aceitar uma terapia experimental sugerida pelos médicos. O tratamento, que usou células-tronco de sangue de cordão umbilical do próprio garoto, surpreendeu os médicos. Com uma lesão cerebral que poderia tê-lo deixado a vida inteira em uma cama, ele levou apenas uma semana para responder a estímulos sonoros. 
Após dois meses, conseguia comer biscoitos por conta própria, sorrir e até balbuciar algumas palavras. Os resultados foram divulgados em maio, em uma revista científica. O tratamento experimental feito na Alemanha entra em uma discussão que envolve um grande volume de dinheiro e a vida de muita gente: o armazenamento de células-tronco para uso futuro no próprio paciente, chamadas de autólogas. O serviço, hoje feito apenas por empresas privadas, é visto por especialistas e entidades como propaganda enganosa, já que não haveria uso para esse material. As empresas, por outro lado, dizem que agem de maneira clara e informam aos familiares todos os possíveis usos das células.
Um dos médicos alemães que liderou o tratamento do menino, afirma que as células são, sim, úteis e defende, na espera que os bancos de coleta sejam financiados pelo sistema de saúde.
Eles não são novidade. O primeiro banco de células-tronco de sangue de cordão umbilical surgiu em 1992, em Nova York. Desde então, a prática de congelar esse material que normalmente é descartado no parto, espalhou-se por diversos países. No Brasil, ela começou em 2001 e, em 2004, foi criada a BrasilCord, uma rede dessas instituições que atuam em diversas capitais do País. 
Há no sangue de cordão umbilical as mesmas células-tronco presentes na medula óssea e elas podem ser usadas no lugar destas no caso de necessidade de transplante, como em pacientes com leucemia. Contudo, a coisa mudou de figura quando a iniciativa privada entrou no meio. Ao contrário do que ocorre nos bancos públicos, a família do doador mantém direitos sobre o material coletado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário