Os vasos linfáticos originam-se na periferia do corpo - debaixo das superfícies mucosas ou da pele - e correm rumo ao seu interior. Nesse caminho, unem-se uns aos outros, transformando-se em vasos progressivamente maiores que terminam em grandes veias na base do pescoço.
Ao longo do trajeto, existem estruturas denominadas nódulos linfáticos – mais conhecidos como gânglios linfáticos. Eles funcionam como filtros e é em seu interior que ocorrem respostas imunológicas para microrganismos como bactérias e vírus.
Os linfomas mais frequentes decorrem do aumento dos gânglios linfáticos e são classificados como Hodgkin – que possuem uma célula alterada com o nome de Reed-Steinberg – e não Hodgkin. De forma geral, podem ser indolentes (não agressivos), agressivos ou muito agressivos.
Causas
De acordo com o hematologista do Einstein, Dr. Nelson Hamerschlak, não se conhecem as causas de todos os linfomas. “Alguns deles estão claramente ligados a problemas virais. Outros simplesmente acontecem e não conseguimos determinar uma causa”, afirma o médico.
“Já houve tentativas de se estabelecer produtos agrícolas como causas e até mesmo determinadas características genéticas, mas pouco foi de fato relacionado”, diz.
Sintomas e sinais
É comum o próprio paciente perceber o aumento desses gânglios na região do pescoço ou abaixo da mandíbula. Eles aumentam de tamanho e ficam endurecidos, embora sejam indolores, não apresentem vermelhidão e nem elevação da temperatura local.
O aumento de gânglios pode ocorrer também em outras regiões do corpo, como nas axilas, acima ou abaixo das clavículas, do lado interno dos braços na altura dos cotovelos ou na virilha.
Alguns pacientes relatam regressão dos sintomas de maneira espontânea ou resultante de tratamento com antibióticos ou medicação anti-inflamatória.
Tosse com ou sem expectoração, dores no tórax e dificuldade para respirar mediante esforço físico costumam ser verificados. Febre (geralmente inferior a 38oC), transpiração noturna e perda de peso inexplicável também podem acometer indivíduos com linfoma.
Algumas vezes, a transpiração mostra-se tão intensa que obriga o paciente a trocar o pijama ou até mesmo os lençóis durante a noite. Algumas pessoas apresentam ainda um quadro de coceira generalizada, intensa e extremamente desconfortável.
A cura
Os linfomas são doenças potencialmente curáveis, mesmo nas fases avançadas. “O tipo do linfoma determina se tem maior ou menor chance de cura. Os indolentes são pouco agressivos e podem conviver com o paciente por muitos anos, outros requerem tratamento imediato com quimioterapia ou radioterapia. Alguns poucos podem necessitar de transplante de medula óssea”, explica.
Tratamento
O tratamento de linfomas varia de acordo com o paciente e depende do tipo da doença (Hodgkin ou não Hodgkin).
Os recursos terapêuticos disponíveis são radioterapia, quimioterapia e imunoterapia. Os linfomas indolentes têm caráter crônico e o tratamento, quando necessário, visa apenas controlar a doença.
Para os casos mais agressivos, o transplante de medula óssea retirada do próprio corpo pode ser recomendado.
Essa modalidade de tratamento vem obtendo resultados interessantes em linfomas avançados e reincidentes. As chances de sucesso dependem de vários fatores, como idade do paciente, outros problemas médicos associados, número de tratamentos quimio ou radioterápicos previamente recebidos, além da sensibilidade da doença à quimioterapia administrada antes do transplante.
Além de poder ajudar em quadros de reincidência da doença, o transplante autólogo é uma alternativa interessante para pacientes cuja doença não melhora completamente após o tratamento inicial.
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