Exercícios, banhos e massagens podem ajudar o seu bebê a
enfrentar as crises de cólica, típicas dos primeiros meses
O bebê acabou de mamar, está
bem agasalhado, com a fralda seca e, ainda assim, chora num tom estridente
avisando que algo não vai bem? Nessa hora, você tem bons motivos para
desconfiar de uma crise de cólica. "Quando nada na rotina justifica tanto desconforto, é
quase certo que o problema seja esse. Dores abdominais são comuns até o quarto
mês, pois o sistema digestivo do recém-nascido ainda é imaturo", explica a
pediatra Sandra Frota Ávilla Gianelo. As crises acontecem geralmente no final
da tarde e fazem o abdome do bebê se contrair. Para evitar desesperos, a melhor
estratégia é se preparar com um arsenal de técnicas anticólicas e se revezar
com o pai nesses cuidados. Confira alguns métodos indicados por especialistas:
1. Massageie a barriguinha do bebê
Ao perceber o desconforto da criança, acaricie a barriga do bebê com movimentos circulares no sentido horário. "Com as mãos em concha, deslize uma de cada vez pela barriga da criança, partindo da base das costelas em direção ao púbis. O toque deve exercer uma pressão suave", ensina a fisioterapêutica Barbara K. T. Neves, de São Paulo. Também é eficaz exercitar o filhote. "Coloque o bebê deitado e dobre lentamente os joelhos dele de modo que as coxas pressionem de leve a barriga. Depois, estenda novamente as pernas e recomece, como se ele estivesse pedalando. O movimento pode ser feito várias vezes ao dia, não apenas na hora da dor.
2. Dê um banho quente
Prepare um banho de imersão regulando a temperatura da água entre 36ºC e 37ºC. Cuide para que o ambiente esteja silencioso e, se possível, coloque uma música suave tocando baixinho. Diminua a luz e converse com seu filho ou cante para ele."A percepção de uma atmosfera calma ao redor tranquiliza o bebê, e a água na temperatura do corpo proporciona uma sensação muito próxima à que a criança experimentava no útero. É uma experiência que a faz relaxar e, com isso, a cólica cede", ensina Sandra.
Prepare um banho de imersão regulando a temperatura da água entre 36ºC e 37ºC. Cuide para que o ambiente esteja silencioso e, se possível, coloque uma música suave tocando baixinho. Diminua a luz e converse com seu filho ou cante para ele."A percepção de uma atmosfera calma ao redor tranquiliza o bebê, e a água na temperatura do corpo proporciona uma sensação muito próxima à que a criança experimentava no útero. É uma experiência que a faz relaxar e, com isso, a cólica cede", ensina Sandra.
3. Faça uma compressa
Passe uma fralda a ferro e coloque-a ainda quente sobre a barriga da criança ou use uma bolsa térmica com água morna. O calor favorece a vasodilatação, facilita o fluxo sanguíneo e relaxa a musculatura, diminuindo o desconforto abdominal. "Tenha o cuidado de testar a temperatura do tecido ou da bolsa para não queimar a pele delicada do bebê", orienta o pediatra Jayme Murahovschi, de São Paulo.
Passe uma fralda a ferro e coloque-a ainda quente sobre a barriga da criança ou use uma bolsa térmica com água morna. O calor favorece a vasodilatação, facilita o fluxo sanguíneo e relaxa a musculatura, diminuindo o desconforto abdominal. "Tenha o cuidado de testar a temperatura do tecido ou da bolsa para não queimar a pele delicada do bebê", orienta o pediatra Jayme Murahovschi, de São Paulo.
4. Tente um contato pele a pele
Quando deitado de bruços sobre o peito do pai ou da mãe, o bebê consegue expelir mais facilmente os gases que o incomodam e agravam a cólica. "Se puder, aqueça levemente o quarto para o pequeno não sentir frio. Tire sua blusa e a roupa dele, deixando-o apenas com a fralda. O contato pele com pele aconchega, enquanto o cheiro e a voz da mãe ou do pai transmitem calma e segurança", ensina o pediatra e neonatologista Ruy Pupo Filho, de Santos (SP).
Quando deitado de bruços sobre o peito do pai ou da mãe, o bebê consegue expelir mais facilmente os gases que o incomodam e agravam a cólica. "Se puder, aqueça levemente o quarto para o pequeno não sentir frio. Tire sua blusa e a roupa dele, deixando-o apenas com a fralda. O contato pele com pele aconchega, enquanto o cheiro e a voz da mãe ou do pai transmitem calma e segurança", ensina o pediatra e neonatologista Ruy Pupo Filho, de Santos (SP).
5. Enrole o pequeno no cueiro
"Ao envolver o corpo do bebê como se fosse um pacotinho, o cueiro proporciona uma sensação de aconchego e segurança e diminui a irritabilidade e a agitação da criança", orienta a pediatra Patrícia P. de Mello, de São Paulo. Outro expediente simples é distrair o bebê com uma caminhada pela casa, segurando-o de bruços, com a barriguinha apoiada nas suas mãos - esse contato aquece o abdome e traz o conforto do toque.
"Ao envolver o corpo do bebê como se fosse um pacotinho, o cueiro proporciona uma sensação de aconchego e segurança e diminui a irritabilidade e a agitação da criança", orienta a pediatra Patrícia P. de Mello, de São Paulo. Outro expediente simples é distrair o bebê com uma caminhada pela casa, segurando-o de bruços, com a barriguinha apoiada nas suas mãos - esse contato aquece o abdome e traz o conforto do toque.
6. Ofereça o peito
A maioria dos bebês se acalma quando recebe o leite materno. "A estimulação oral que decorre do movimento de sucção é uma fonte de satisfação que ajuda a amenizar a cólica", afirma Patrícia. Só não convém oferecer o seio se a criança tiver acabado de mamar ou se ela recusar repetidamente o peito.
A maioria dos bebês se acalma quando recebe o leite materno. "A estimulação oral que decorre do movimento de sucção é uma fonte de satisfação que ajuda a amenizar a cólica", afirma Patrícia. Só não convém oferecer o seio se a criança tiver acabado de mamar ou se ela recusar repetidamente o peito.
7. Previna os gases
A quantidade de ar que o bebê engole a cada mamada pode provocar gases e agravar a cólica. Por isso, é indispensável fazer a criança arrotar para expelir o ar engolido durante a amamentação. Para os pequenos que não mamam no peito, existem mamadeiras especialmente projetadas para evitar a cólica.
A quantidade de ar que o bebê engole a cada mamada pode provocar gases e agravar a cólica. Por isso, é indispensável fazer a criança arrotar para expelir o ar engolido durante a amamentação. Para os pequenos que não mamam no peito, existem mamadeiras especialmente projetadas para evitar a cólica.
8. Controle sua alimentação
Não há pesquisas conclusivas sobre a relação da dieta da mãe com as cólicas do bebê. No entanto, convém diminuir o consumo de alguns alimentos e observar se isso faz diferença. "Os produtos industrializados contêm corantes, conservantes e estabilizantes, que às vezes dificultam a digestão da criança", diz a nutricionista Lara Natacci, de São Paulo.
Não há pesquisas conclusivas sobre a relação da dieta da mãe com as cólicas do bebê. No entanto, convém diminuir o consumo de alguns alimentos e observar se isso faz diferença. "Os produtos industrializados contêm corantes, conservantes e estabilizantes, que às vezes dificultam a digestão da criança", diz a nutricionista Lara Natacci, de São Paulo.
9. Saia de cena e acalme-se
As cólicas e seu choro típico podem durar horas. Enquanto tenta acabar com o sofrimento do pequeno, a mãe muitas vezes fica tensa e nem se dá conta disso. Começa, então, um círculo vicioso: o bebê, supersensível, percebe a impaciência da mãe, fica inseguro e reage sentindo mais dor. Ela segue com os cuidados e, sem sucesso, vai entrando em pânico. Antes de perder o controle da situação, é melhor pedir ajuda e sair de cena. Nesse momento, como ensina Sandra, o pai pode ser um santo remédio, assumindo o posto até que você se recupere. Depois de um banho, de uma boa refeição, de alguns momentos em silêncio e já recomposta, será mais fácil voltar a cuidar do filho.
As cólicas e seu choro típico podem durar horas. Enquanto tenta acabar com o sofrimento do pequeno, a mãe muitas vezes fica tensa e nem se dá conta disso. Começa, então, um círculo vicioso: o bebê, supersensível, percebe a impaciência da mãe, fica inseguro e reage sentindo mais dor. Ela segue com os cuidados e, sem sucesso, vai entrando em pânico. Antes de perder o controle da situação, é melhor pedir ajuda e sair de cena. Nesse momento, como ensina Sandra, o pai pode ser um santo remédio, assumindo o posto até que você se recupere. Depois de um banho, de uma boa refeição, de alguns momentos em silêncio e já recomposta, será mais fácil voltar a cuidar do filho.
10. Em último caso, medique
Com tantos avanços da medicina, não existe remédio para tal sofrimento? Sim, os pais podem contar com os analgésicos infantis e com os medicamentos antiflatulência, mas apenas os que são receitados pelo pediatra e, principalmente, só na hora da cólica. "Esses remédios não têm efeito preventivo. E é bom lembrar que todo medicamento apresenta contraindicações", alerta Sandra.
Com tantos avanços da medicina, não existe remédio para tal sofrimento? Sim, os pais podem contar com os analgésicos infantis e com os medicamentos antiflatulência, mas apenas os que são receitados pelo pediatra e, principalmente, só na hora da cólica. "Esses remédios não têm efeito preventivo. E é bom lembrar que todo medicamento apresenta contraindicações", alerta Sandra.
Publicado
em 18/03/2011, Rita Trevisan