A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) lançou,
no dia 24/05/2013, uma cartilha com a pretensão de informar a população sobre
os mitos e verdades sobre o armazenamento e coleta de células-tronco do cordão
umbilical, incentivando a doação para os bancos públicos em detrimento de
guardá-las em um banco privado, onde o uso é exclusivamente para o doador ou
sua família, assim como funcionam os seguros de saúde particulares.
Entende-se que muitas vezes as propagandas de muitos bancos
privados são apelativas, mas dizer que as vantagens em se armazenar este
material rico geneticamente não é tão vantajoso é utópico, visto que já é
comprovado cientificamente que estas células já são capazes de ser usadas no
tratamento de mais de 80 doenças, entre leucemias, mielomas, anemias, entres
outras.
Além disso, a Cartilha não retrata a dificuldade que as
pessoas têm em encontrar doadores compatíveis nos bancos públicos, e não apenas
em função do baixo número de doadores, mas por causa da complexidade genética
de cada indivíduo. “A espera pode chegar até a 1 ano, e ainda corre o risco de
não achar compatibilidade, tanto que muitos usam as células-tronco de sua
própria medula e de outras fontes para o tratamento destas enfermidades, como
foi o caso do Reynaldo Gianecchini”, afirma a Dra. Adriana Homem, médica
responsável técnica do BCU Brasil, o maior banco privado da América, com
laboratórios no Brasil, México, Argentina e Estados Unidos.
A ANVISA ainda argumenta em relação ao número de
transplantes feitos no Brasil com uso de células-tronco entre 2003 e 2010, mas
não leva em consideração que este é um serviço razoavelmente novo, mas que apesar
de o número baixo, foram tratamentos que trouxeram saúde para estas pessoas.
É importante ressaltar que a partir do momento que você doa
as células-tronco do cordão umbilical de seu filho para os bancos públicos,
você não terá mais acesso a elas e, caso seu filho apresente algum tipo de
doença que pode ser tratada com as células-tronco, ele ficará na fila de espera
até encontrar um doador compatível. No Brasil há uma grande diversidade étnica,
então é possível que demore muito tempo até que consiga encontrar um doador
compatível com o paciente.
É um material genético rico, que não pode ser descartado,
seja doado para um banco público ou guardado em um banco privado. “É a mesma
coisa que comparar um convênio médico com o SUS. Sabemos que todos nós temos
direito ao atendimento gratuito, mas sabemos que o sistema não tem condições de
atender a todos. Quem tem convênio médico espera nunca precisar usar, mas tem
mais segurança, caso precise”, afirma a Dra. Adriana, que conclui “Agora estão
sendo regulamentadas algumas ações da ANS relacionadas ao SUS, por exemplo uma
propaganda da TV fala sobre pacientes que recebem o diagnóstico de câncer. O
SUS é obrigado a oferecer o tratamento em até três meses depois do
diagnóstico”, é uma ação ótima, porém quando fala em iniciar o tratamento não
especifica sob quais condições, pode-se ser um atendimento psicológico por
exemplo, até encontrar vagas para o tratamento efetivo e físico, três meses
pode ser muito tempo para o paciente com câncer, que pode ter um tratamento
imediato no particular, se tiver um convênio médico. Basta perguntar para uma
mãe que tem o filho diagnosticado com esta ou outra enfermidade e fale pra ela
que o tratamento começa apenas daqui a três meses. É justo?”.
Já no armazenamento dos bancos privados as células-tronco
do cordão umbilical do seu filho ficarão guardadas para uso exclusivo dele ou
de seus familiares e por tempo indeterminado. Claro que se espera nunca
precisar usá-las, mas se necessitar estarão lá, à disposição, inclusive para uso
de tratamentos experimentais, tanto no Brasil ou em qualquer lugar do mundo.
O importante é não descartar este material, seja com
doações no banco público ou no privado. “Além disso, a cartilha mina algumas
informações, dizendo que são raros os relatos de transplantes de sangue de
cordão umbilical para uso autólogo em nível mundial e que não há dados
estatísticos quanto ao uso e eficácia destes tratamentos realizados. Claro que
há dados, no BCU México, por exemplo, já foram realizados cerca de 15 transplantes
de células-tronco do cordão umbilical para uso autólogo, todos com resultados
positivos e que vem sendo acompanhados, inclusive com casos de cura. Mas a
cartilha ainda usa como argumento dados sobre as chances que uma pessoa tem de
contrair câncer nos primeiros 20 anos de vida, e de precisar de um transplante,
ser extremamente baixa é um tanto quanto utópico e desrespeitoso para as
famílias que sofrem com este problema. As chances podem ser baixas, mas afetam
muitas pessoas e desestabilizam famílias inteiras”, relata Dra. Adriana.
Por fim, se a cartilha da ANVISA diz que guardar as
células-tronco em um banco privado não garante o acesso ao tratamento
necessário, e quando necessário, na verdade é exatamente ao contrário, quem
guarda nos bancos privados tem acesso imediato ao material genético armazenado,
ao contrário dos bancos públicos, que é preciso aguardar por uma
compatibilidade, tanto que há casos nos bancos privados de células guardadas
que são compatíveis com outras pessoas da família, podendo ajudar não somente o
doador. Se a pessoa que tiver armazenado não tiver acesso ao tratamento
imediato, é preciso verificar o porquê disso, seja pela burocracia que podem
ocorrer em planos de saúde, ou pela deficiência do nosso SUS, que muitas vezes
leva meses para agendar um simples exame, ou consulta com um especialista. É um
direito de qualquer pessoa doar para um banco público ou guardar em um banco
privado. Isso ninguém poderá negar.
Sobre
o BCU Brasil - Desde 2009 no
Brasil, o Banco de Cordão Umbilical (BCU) é o maior da América e um dos maiores
do mundo. Possui mais de 40 escritórios espalhados em todas as regiões do país.
O BCU atualmente tem mais de 35 mil amostras de células-tronco armazenadas. Isso
é possível porque a empresa conta com equipamentos tecnológicos de última
geração e uma equipe formada por profissionais com mais de 12 anos de
experiência em criogenia. Mais informações no site www.bcubrasil.com.br
Médica responsável técnica: Dra. Adriana Ribeiro Homem
CRM-SP:
95224
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