Como
evitar enjoos, dores de ouvido e saiba quais os documentos necessários na hora
de embarcar
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1. Recém-nascidos
podem viajar de avião?
As companhias
aéreas aceitam transportá-los apenas quando têm mais de 7 dias de vida. Porém a
recomendação médica é outra: “É ideal ter mais de 28 dias. Antes disso, ele é
considerado neonatal e pode haver a necessidade de retorno ao hospital por
alguma complicação”, explica o pediatra Ricardo de Castro, de Minas Gerais.
Mais seguro ainda
é esperar um pouco mais. “Com menos de 3 meses, o sistema imune não está bem
desenvolvido, sendo mais suscetível a infecções. Por isso, evite viagens em que
haja uma grande aglomeração de pessoas”, indica a pediatra Raquel Quiles,
médica assistente do Centro de Referência Nacional de Saúde da Criança do
Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.
2. Quais
documentos devo levar para que meu filho embarque comigo em um voo doméstico?
Se o voo for
nacional, é necessário que você esteja com o documento de identidade ou a
certidão de nascimento do pequeno. Lembre-se de que, segundo o Estatuto da
Criança e do Adolescente, menores de 12 anos precisam estar acompanhados de,
pelo menos, um dos pais ou parentes maiores de 18 anos. Caso contrário, você
precisará fazer uma autorização judicial (com firma reconhecida) para que ele
embarque com outro acompanhante.
3. Se a viagem
for internacional, quais são os documentos necessários?
A criança
precisará ter um passaporte. Mas fique atenta à data de validade dele, pois a
de crianças menores de 5 anos é menor do que a de adultos. Também será preciso
conseguir um visto caso o país de destino exija. E, se seu filho for embarcar
apenas com você, é preciso levar uma autorização por escrito do pai com firma
reconhecida. O modelo da carta pode ser encontrado no site do Tribunal de
Justiça.
4. Quais
procedimentos devo tomar durante o voo?
Os cuidados não
mudam por você estar em um avião – eles serão os mesmos que você costuma fazer
em casa. A troca de fralda, por exemplo, deve ser realizada assim que você
perceber que ela está suja.
A alimentação vai
variar de acordo com a idade. “Em geral, não se recomendam intervalos muito
longos, acima de três horas”, conta a pediatra Raquel Quiles. Se a rota for
muito longa e você precisar dar banho no pequeno, lance mão das toalhas
umedecidas.
5. Como preparar
os pequenos para o voo?
“Se vai com
crianças menores (até 5 anos), uma estratégia é ir durante a noite, período em
que eles estão acostumados a dormir”, sugere a pediatra Raquel Quiles. Para os
mais grandinhos, vale explicar tudo sobre a viagem, ilustrando os momentos de
diversão que eles terão no destino. Usar a psicologia funciona muito bem nessa
hora.
6. Como realizar
a troca de fraldas no avião?
Algumas aeronaves
possuem fraldários. Na dúvida, troque seu bebê antes de embarcar, no próprio
aeroporto (a maioria tem fraldário, junto ao banheiro). Se precisar fazer isso
no avião, chame a comissária de bordo e pergunte se tem algum lugar onde você
possa ficar mais à vontade com o bebê. Mas atenção: não pule a troca de
fraldas, pois isso pode causar desconforto e até assaduras graves.
7. Bebês viajam
de graça?
De acordo com a
Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), os menores de 2 anos de idade poderão
ter seu transporte cobrado, mas o valor não pode ultrapassar 10% da tarifa paga
pelo adulto, desde que não ocupem um assento.
Já os pequenos
com mais de 2 anos deverão ocupar assento e, consequentemente, pagam a tarifa
(ou uma parte dela) definida pela companhia aérea. O desconto pode chegar a
50%. As taxas de embarque são isentas apenas para menores de 2 anos, segundo
norma da Infraero. Os mais velhos podem ou não ganhar descontos, que seguem
critérios conforme a companhia.
8. O atendimento
das companhias é diferenciado quando viajo com meu bebê?
Sim, ou pelo
menos deveria ser. Segundo a Anac, crianças de até 12 anos, de colo ou não, são
consideradas passageiros com necessidades especiais e têm preferência no
embarque, no check-in e nos assentos diferenciados, como os das primeiras
fileiras. Isso vale também se você estiver amamentando.
Mas é preciso
avisar a companhia no ato da compra ou depois, pelo SAC, com 48 horas de
antecedência. Para o check-in, mesmo tendo atendimento preferencial, você ainda
deverá respeitar o horário de chegada pedido pela empresa, que geralmente é de
uma hora para voos domésticos e duas para internacionais.
9. Meu limite de
peso de bagagem aumenta por causa dos acessórios do bebê?
Infelizmente,
não. De acordo com a Anac, a franquia de bagagem é definida por critérios de
segurança, seguindo o peso máximo de decolagem do avião. Em voos domésticos,
você poderá despachar até 23 kg, incluindo bagagem especial, como carrinhos. A
quantidade é baixa, por isso, na hora de fazer a mala, selecione coisas que
realmente irá usar e deixe de fora utensílios de que não precisará.
Nos voos
internacionais, essa franquia aumenta, mas é variável conforme a companhia
aérea. Antes de fazer a mala, vale se informar sobre isso para não pagar por
excesso de coisas.
10. Devo levar a
carteira de vacinação de meu filho?
Sim. “Durante a
viagem, podem acontecer algumas intercorrências e ser necessário checar a
vacinação”, avisa a pediatra Raquel Quiles. A carteirinha também é útil em caso
de doença no local de destino. “Nesse caso, o médico do pronto-atendimento
verificará o cartão e tomará as medidas necessárias”, acrescenta o pediatra
Ricardo de Castro.
11. Muitos
estados brasileiros exigem que os turistas tomem vacina contra a febre amarela.
Bebês podem tomá-la?
Sim. De acordo
com o Ministério da Saúde, a vacina contra a febre amarela deve ser dada antes
de ir para a maioria dos estados brasileiros (AP, TO, MA, MT, MS, RO, AC, RR,
AM, PA, GO e DF, estados considerados endêmicos; PI, BA, MG, SP, PR, SC e RS,
estados da área de transição; e alguns municípios de BA, ES e MG, considerados
de risco potencial).
Mas fique
tranquila, pois, segundo o pediatra Ricardo de Castro, de Minas Gerais, essa
vacina é dada sempre aos 9 meses de idade e repetida a cada dez anos. “Faz
parte do calendário oficial da Sociedade Brasileira de Pediatria”, garante.
Agora, se seu filho tem menos de 9 meses, saiba que não é recomendado antecipar
a vacina. “Nesse caso, seria melhor não ir”, diz a pediatra Raquel Quiles.
12. Toda criança
se sente mal durante o voo?
Não, mas você
precisa contar com as exceções, pois pode ocorrer com seu filho. A movimentação
do avião pode causar vertigens, náuseas e até vômito. “Por isso, consulte um
pediatra antes de ir e, se for o caso, cerca de 40 minutos antes de embarcar,
medique seu pequeno de acordo com as recomendações dele”, alerta a pediatra
Raquel Quiles.
Outro incomodo
comum é a dor de ouvido, principalmente nos menores de 2 anos. Para isso, o
médico Ricardo de Castro sugere: “Ofereça líquidos enquanto o avião está sob
pressurização. Assim, os ouvidos não tencionam tanto e doem menos”.
13. Se meu filho
estiver gripado, ele pode viajar ou a pressão do avião irá prejudicá-lo?
A pressão pode
acentuar o processo, sim. Porém, de acordo com o pediatra Ricardo de Castro,
isso não contraindica a viagem. “No entanto, se ele apresentar estado febril
intenso e processos respiratórios mais graves, como broncoespasmos, resolva
antes de sair”, diz.
14. As companhias
aéreas oferecem comida especial para crianças?
A Anac não tem
nenhuma regulamentação para isso. Mas algumas companhias oferecem alguns
diferenciais, como papinhas e refeições especiais. Porém, para requisitar, é
preciso avisar no SAC da empresa com até 48 horas de antecedência ou pelo seu
agente de viagem. Não é regra, mas pode funcionar bem: voos com menos de uma
hora e meia não servem lanche, e os mais longos do que isso, sim.
15. Posso subir
no avião com mamadeira, leite e papinhas na bagagem de mão?
Sim, mas apenas
com as quantidades que serão utilizadas durante seu voo. Portanto, calcule o
quanto vai usar antes de sair de casa. Não se esqueça de que, de acordo com a
Anac, os alimentos devem ser apresentados no momento da inspeção, ou seja, na
hora do raio X da mala de mão.
16. Posso
embarcar com remédios?
Sim, mas eles
devem ser transportados apenas na quantidade a ser utilizada durante o voo,
incluindo as escalas. Além disso, é preciso apresentá-los no momento das
inspeções de bagagem.
Em voos
internacionais, é preciso apresentar o receituário do médico. E não esqueça:
quantidades maiores do que as que serão utilizadas durante o voo devem ser
levadas na mala despachada.
17. O que devo
levar na bagagem de mão quando viajo de avião com bebês?
Veja a lista que
os pediatras Raquel Quiles e Ricardo de Castro preparam para você não se
esquecer de nada:
• 1 ou duas
mamadeiras vazias (para colocar os líquidos oferecidos no avião, como água ou
suco);
• Leite
artificial (caso use);
• Alimentação,
como papinhas (caso a companhia aérea não forneça);
• Chupeta;
• Fraldas;
• Lenços
umedecidos, toalha ou chumaços de algodão (para molhar com água no banheiro)
para higiene;
• Pano de boca;
• Travesseiro
(caso a companhia aérea não forneça um);
• Coberta ou
blusa de frio (para proteger do ar-condicionado);
• Brinquedos
silenciosos (para não incomodar os outros passageiros);
• Duas trocas de
roupa;
• Medicamento
para febre e outros que costuma usar.
Autora: Ligia Menezes Atualizado em 13.01.2012
Fonte: http://bebe.abril.com.br/materia/17-dicas-para-viajar-com-o-bebe-de-aviao