terça-feira, 22 de outubro de 2013

Hipertensão na gravidez: saiba os cuidados que você deve tomar

Como lidar com a pressão alta durante esses nove meses


Quem já sofre de hipertensão deve redobrar os cuidados na gravidez. Mas mesmo quem não tem histórico de pressão alta deve ficar atenta a certos sintomas durante a gestação! A pré-eclâmpsia, ou Doença Hipertensiva Específica da Gestação (DHEG), atinge cerca de 10% das gestantes no mundo, e pode causar problemas de saúde sérios, tanto para a mãe, quanto para o bebê.
 
Causada por uma má adaptação do organismo da mulher durante a gravidez, a pré-eclâmpsia é geralmente diagnosticada após a vigésima semana de gestação, e pode ocorrer mesmo em quem nunca sofreu com problemas de pressão. “Mecanismos hormonais, imunológicos, alterações na formação da placenta e pré-disposição genética favorecem o desenvolvimento dessa patologia, por isso não podemos garantir que a mulher não desenvolverá essa doença”, explica a ginecologista e obstetra Erica Mantelli.

Sintomas e consequências
Tanto quem sofre com a DHEG quanto quem já tem problemas anteriores de pressão, deve ficar atento aos sintomas. Quando a hipertensão nesses casos não é controlada, as consequências podem ser graves. Além do aumento dos níveis da pressão arterial, ainda pode ocorrer perda de proteína através da urina, inchaços, podendo chegar a náuseas, vômitos, dor de estômago, vertigem e visão turva. “O grande perigo da hipertensão na gravidez é que pode trazer consequências graves para a gestante e o bebê. A hipertensão não controlada pode culminar com óbito materno, fetal, ou de ambos”, alerta Erica.
 
Para quem sofre com a hipertensão crônica, é necessário tomar uma série de cuidados, já que há a possibilidade de piora dos níveis pressóricos – que pode levar ao desenvolvimento da DHEG. Uma das dicas da obstetra é tentar programar com antecedência a gravidez, tendo acompanhamento médico durante o planejamento, para que a gestação ocorra em um momento adequado, onde os sintomas da hipertensão estejam controlados com os medicamentos adequados para uma gestante.

Síndrome de Hellp e eclâmpsia
Os maiores riscos para a gestante que sofre de hipertensão ou desenvolve a DHEG é o desenvolvimento de outras doenças, como a eclâmpsia ou a Síndrome de Hellp. A eclâmpsia é um estágio posterior à DHEG, e pode causar convulsões, sangramento vaginal e até levar ao coma. Já a Síndrome de Hellp é uma grave alteração que pode ocorrer nas grávidas hipertensas, causando problemas de fígado, rins e mudança nos componentes do sangue. "Como estas alterações são muito graves e podem até causar óbito materno, quando a Síndrome de Hellp é diagnosticada, é indicada a interrupção da gravidez imediata, através de um parto de emergência", alerta Tathianne Trindade, coordenadora do Hospital Maternidade Santa Helena.

Cuidados antes, durante e depois da gestação
É importante ressaltar que o acompanhamento de rotina com um cardiologista e com um obstetra é tão essencial quanto a prática de exercícios e uma alimentação saudável para qualquer gestante, antes, durante e depois da gravidez. A mulher que desenvolve a DHEG geralmente retorna ao seu quadro normal após o parto, mas existe a possibilidade de uma predisposição em uma futura gestação. “É importante manter o acompanhamento médico após o parto com monitoramento da pressão arterial, pois caso o aumento da pressão persista será necessário seguimento adequado”, explica Erica, que também alerta que o estresse pode agravar a hipertensão.
"Infelizmente não é possível prevenir o desenvolvimento da pré-eclâmpsia. Porém o acompanhamento pré-natal, o ganho de peso materno adequado e o consumo de dietas com baixo teor de sódio, podem auxiliar a evitar as formas graves", conta Tathianne.
 
Cuidar do corpo e da mente é essencial para quem busca uma gravidez tranquila e saudável. Não é possível fugir da hipertensão crônica, mas existem sim maneiras de manter a saúde sob controle. Uma boa alimentação, praticar atividades físicas, evitar ganho excessivo de peso, dormir bem, fazer exercícios de relaxamento, além de um pré-natal adequado, e seguir as orientações médicas a risca são atitudes que, com certeza, vão fazer a diferença para você e para seu bebê. 

Autora: Carolina Ruiz

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